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GRUPO SANTO ANSELMO
Fides Quaerens Intellectum

Leitura das Sagradas Escrituras – Breves Comentários a São Mateus 24-28

Introdução

O texto de São Mateus dessa semana são os capítulos 24-28. Ocorre que os capítulos 24-25 são parte do tema anterior que é o Advento do Reino dos Céus (19-25). O Advento é dividido entre A Narrativa do Reino dos Céus (19-24) e O Discurso Eclesiástico (24-25).

Já os capítulos 26-28 narram a parte final do Evangelho de São Mateus, é a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

1. O Discurso Escatológico (24-25)

O termo escatológico é uma parte da teologia que estuda os últimos eventos, aqueles relacionados à segunda volta de Jesus. A palavra escatoV (escatos) significa último, enquanto logia (logia) significa estudo traduzindo então o estudo dos últimos eventos.

Esse discurso traz diversos temas acerca do fim dos tempos.

A advertência inicial (Mt 24,3-8) é a certeza de que o fim ocorrerá com absoluta certeza, não havendo como impedi-lo; em sequência, a advertência se conclui com a afirmação de que esse tempo será permeado de falsos profetas. Aqui vale uma lembrança para todos nós, quanto à fidelidade e permanência na Igreja Católica Apostólica, a Igreja de Cristo, sem jamais dela se desviar.

Mateus narra em 24,15-28 a grande tribulação, indicando duas verdades.

A primeira era para aquele tempo, para a sua geração, falando de uma tribulação sobre Jerusalém, que de fato aconteceu no ano 70, quando o general romano Tito Vespasiano, lutando para sufocar uma rebelião na Judéia, resolveu destruir Jerusalém por inteiro.

As palavras de Mateus para aqueles dias, pode nos alertar de que a vida da Igreja será sempre uma experiência de perseguição e de luta contra inimigos. Claro, a Igreja sempre confrontará o mundo com a sua palavra e mensagem, por óbvio, o mundo será sempre inimigo da Igreja.

No texto de Mateus 24,29-51; 25,1-30, o evangelista apresenta uma forma curiosa de anúncio da segunda vinda de Jesus.

De início ele fixa um dado objetivo, a saber, a volta de Jesus será uma realidade histórica, física e espiritual, não existe a possibilidade de fugir dela, ou ainda, de não a perceber (24,29-31).

Portanto, cabe a todo cristão ficar atento aos sinais dessa volta. E aqui, o sinal é o da figueira, que dá sinais de que está para produzir frutos, podendo o agricultor se preparar (24,32-36).

No entanto, nada obstante os sinais, a vinda de Jesus tomará a quase totalidade do mundo de surpresa, como foi nos dias de Noé. Com isso, por mais que vejamos os sinais, será sempre impossível prever essa volta (Mt 24,37-41); pois Jesus virá como um ladrão de noite, quando ninguém o espera (Mt 24,42-44); dessa forma, o servo fiel é aquele que administra bem as coisas do seu senhor, para a sua volta, cuja data não se sabe ao certo (Mt 24,45-51).

Esse discurso é coroado com duas parábolas, a das dez virgens (Mateus 25,1-13), e a dos talentos (Mateus 25,14-30).

A parábola das dez virgens (Mateus 25,1-13) nos mostra a ideia de uma vigilância contínua, perpétua, atenta, considerando a volta de Jesus como algo iminente. Cada um de nós deve viver a vida considerando que Jesus pode voltar amanhã, ainda que essa volta ainda demore centenas ou milhares de anos para o futuro. A questão aqui é saber que a morte de cada um, significa para esse que morreu a volta de Cristo.

A parábola dos talentos (Mateus 25,14-30) traduz a mesma ideia, mas sob a ótica do trabalho, a partir daqueles dons e talentos que Deus concedeu a cada um de nós. A ideia aqui é considerar aquilo que tenho e que posso fazer para o reino de Deus. A questão aqui é saber que devo trabalhar pela Igreja como se Cristo voltasse amanhã, pois a minha morte significará para mim a vinda de Cristo.

O discurso escatológico é concluído com o julgamento final, que Mateus vai colocar como critério o amor ao próximo na sua forma real, verdadeira e instrumental, em favor de quem tem fome, está nu, estrangeiro, preso e doente. A nossa relação com o pobre e o desvalido será considerado como critério de julgamento de salvação de cada um.

2. Paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo

Considerando que estamos sob o tempo da páscoa, tendo todos nós vivido há alguns dias a paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, proponho algo diferente a todos vocês.

Em lugar de eu comentar a paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, proponho que seja feita uma leitura silenciosa. No próximo final de semana, todos que quiserem poderão dizer no grupo, aquilo que mais lhe chamou a atenção, na narrativa de Mateus acerca desse texto.

Gabriel Campos, 10 de abril de 2024, memória de Santa Madalena de Canossa.

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