Curso Sagradas Escrituras 2022/2023
Livro do Êxodo
Capítulos 25-40
Introdução
O capítulo 24 é a conclusão da Aliança do Sinai. Moisés apresenta ao povo os mandamentos a serem seguidos, o Decálogo, e a promessa de Deus de fazer de Israel o seu povo (Ex 19-20).
O povo aceita a proposta de ter Iahveh como Deus e de cumprir fielmente os Mandamentos e a legislação que Deus, por meio de Moisés enviar.
A Aliança do Sinai está selada entre Deus o povo de Israel.
Moisés então volta à montanha do Sinai, atendendo ao chamado de Deus, para que lhe seja entregue de forma solene os Dez Mandamentos em tábuas de pedras. Na montanha, Moisés ficou por quarenta dias (Ex 12-17).
1. Normas Litúrgicas para o Deserto
Moisés volta a montanha onde ficará por quarenta dias. Do capítulo 25-31, temos as ordenações de Deus a Moisés em matéria de liturgia.
Deus fala a Moisés sobre como construir:
- O Santuário (Ex 25,1-9);
- A Arca (Ex 25,10-22);
- A mesa dos pães da oblação (Ex 25,23-30);
- O candelabro (Ex 25,31-40);
- Cortinas e estofos do santuário (Ex 26,1-14);
- A amarração externa do santuário, feita de madeira (Ex 26,15-30);
- O véu (Ex 31-37);
- O altar dos holocaustos (Ex 27,1-8);
- O átrio (Ex 27,9-19);
- O azeite para o candelabro (Ex 27,20-21);
- As vestimentas dos sacerdotes: Efod, peitoral, manto, sinal (Ex 28);
- Ritual de consagração de Arão e seus filhos como sacerdotes: purificação, oferendas, investiduras, refeição, consagração, holocausto (Ex 29);
- Os perfumes (Ex 30);
- Disposição sobre os operários do Santuário (Ex 31,1-11);
- Repouso sabático (Ex 31,12-17).
2. A entrega dos Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos, a lei básica de Deus que regerá e santificará o povo, foi dada a Moisés na forma verbal, que transmitiu ao povo (Ex 20). Mas agora o próprio Deus escreve em tábuas de pedra a Lei e entrega a Moisés (Ex 31,18).
3. O bezerro de ouro
Os quarenta dias que Moisés passa na companhia de Deus no Monte Sinai é demasiado longo para um povo sem fé e carente. O desespero do povo, em razão da falta de fé, somado ao cansaço e o longo tempo de vida no Egito, traz um incrível desespero. Eles então procuram outro Deus e fazem um bezerro de ouro, para que possam cultuá-lo e adorá-lo, violando assim os três primeiros mandamentos (32,1-6).
Deus então adverte a Moisés, dizendo que o povo se corrompeu e que pretende destruí-lo (32,7-10). Moisés, porém, roga a Deus e intercede pelo povo e Deus atenda oração de Moisés (32,11-14).
No acampamento, Moisés quebra as duas tábuas da Lei, escrita por Deus, pois julga que o povo não merece tal dignidade, ante o seu vil pecado (32,15-16). Moisés se irrita enormemente com o povo, diante da idolatria, toma o bezerro de ouro e o quebra o reduz a pó, espalho o pó de ouro da água e fez os israelitas beberem a água (32,17-20).
Moisés interpela seu irmão Arão, que sendo o sacerdote, deixou-se levar pela incredulidade do povo e aquiesceu com a idolatria (32,21-24).
Moisés manda os levitas matarem à espada todos aqueles que não optaram por ficar ao seu lado e ao lado de Deus, tendo os levitas matado naquele dia uns 3.000 israelitas (32,2529).
Moisés então faz um profundo lamento a Deus e intercede pelo povo, para que Deus o perdoe, pois Deus cogitou de destruir todo o povo e recomeçar a história a partir de Moisés. Porém, Moisés empenha sua própria vida em favor do povo, prefigurando perfeitamente à pessoa de Jesus que preferiu se entregar para salvar todas as pessas do mundo (32,30-35).
4. A Renovação da Aliança do Sinai
O povo então prepara-se para sair da região do Sinai (33,1-6).
Moisés tinha montado a Tenda onde ficava a Arca e lá o povo podia consultar a Deus por meio de Moisés. Nesse caso, o texto descreve uma pequena teofania da presença de Deus que era sinalizada por uma nuvem que estava sobre a tenda. Quando Moisés entrava na tenda e Deus se dispunha a falar com o povo, uma nuvem branca ficava sobre a tenda (33,1-6).
Após esse preparativo para a partida, Moisés faz uma intercessão pelo povo, no sentido de renovação da aliança, pedindo a Deus que lhe mostre o caminho para o povo vir a ser efetivamente o povo de Deus. Então Deus respondeu positivamente a Moisés (33,12-17).
Em um momento de profunda intimidade e comunhão com Deus, Moisés pede a Deus que lhe permita conhecer a sua glória. Moisés queria aqui ver Deus face a face, ver Deus cara a cara… Moisés busca aqui uma aliança fortíssima com Deus, um compromisso olho no olho, cara a cara. Deus atende parcialmente a Moisés dizendo que passará a sua glória diante de Moisés, que o verá de costas, mas não lhe verá a face, para não morrer (33,18-23).
No dia seguinte, Deus chama Moisés novamente à montanha, devendo levar duas tábuas de pedra para ele novamente escrever a lei, pois graças à intercessão de Moisés, a Aliança do Sinai será renovada com o povo (34, 1-5).
Em Ex 34,6-8 lemos uma das maiores teofanias de toda a Bíblia: Moisés no alto da montanha do Sinai, sob intenso barulho de trovões, calor do fogo, fumaça e forte cheiro de incenso é jogado por terra, enquanto uma pequena parte da glória de Deus passa diante dele.
Deus então renova a aliança com o povo, reescrevendo a lei em tábuas de pedra (34,10-25).
Moisés então desce da montanha e se encontra com os sacerdotes, incluindo seu irmão Arão, quando então se percebe que o rosto de Moisés brilhava, porque ele estivera com Deus e a glória de Deus era nele refletida (34,29-35).
5. A Construção do Santuário
Os capítulos 35-40 narram a construção do Santuário e de todos os seus elementos litúrgicos, inclusive a Arca da Aliança, conforme as orientações e prescrições narradas nos capítulos 25-31.
Boas Leituras.
Gabriel Campos, 17/02/2022
