Livro do Êxodo
Capítulos 1-13
Introdução
Os capítulos 1-13 do Livro de Êxodo narram parte central da primeira parte do Livro, que é a escravidão, a libertação, a resistência do Faraó, as dez pragas, a saída do Egito e a travessia do Mar Vermelho, uma história por demais conhecida, que veremos agora com mais vagar.
1. A ligação entre Gênesis e Êxodo
O texto de Êxodo 1, 1-7 está posto ali como um elo entre o final do Livro de Gênesis e o início do Livro de Êxodo, fazendo ali uma ligação de lógica e historicidade, para dar coerência à narrativa de tal modo que a leitura do Pentateuco possa fluir de forma harmoniosa e clara.
2. Crescimento populacional dos hebreus
Com efeito, Êxodo 1, 1-7 narra os descendentes de Jacob que foram para o Egito, a sua fixação na terra de Gessen (Gósen) e o seu crescimento populacional, contando no início com o apoio e reconhecimento do governo do Egito. No entanto, o crescimento populacional dos descendentes de Jacob no Egito foi de tal magnitude que começou a amedrontar o próprio povo e governo egípcios. Brown, Fitzmeyer e Murphy[1] afirmam que o controle de natalidade era uma preocupação em caso de escravos que se tornassem numerosos, a ponto de toldar a hegemonia nacional, portanto, a ação egípcia estava coerente com as práticas de “manejo” de povos escravizados.
Com a morte de Jacob, José, dos seus irmãos e de toda aquela geração, bem como com a morte do próprio Faraó contemporâneo de José e toda aquela casta administrativa, todo aquele episódio dos anos de fartura, dos anos de escassez, bem como do árduo trabalho salvador de José caiu no esquecimento.
A partir daí, os hebreus no Egito começam a parecer um estorvo, um estorvo que precisa ser contido, controlado, e com outras palavras, eliminado. Mas bem antes disso, os egípcios perceberam que aquele numeroso povo teria mais utilidade se fossem reduzidos à condição de escravos. Com isso os hebreus, descendentes de Abraão que chegaram e viveram no Egito como hóspedes, passaram à condição de escravos e essa condição de escravidão se estendeu por mais de 400 anos (1, 11-14).
Esse é o tema do primeiro capítulo do Êxodo (1, 8-14).
Mesmo com a escravidão, o povo hebreu continuou a se multiplicar no Egito. Assim, além da escravidão era preciso eliminar, no todo ou parcialmente, a população de hebreus. A primeira tentativa é a matança dos recém-nascidos do sexo masculino, sendo atribuído essa tarefa às parteiras (1, 15-22). Não sendo possível monitorar o momento exato e o lugar exato onde as hebreias darão a luz, a solução mais fácil é a determinação de uma carnificina, com a matança de todas as crianças do sexo masculino (1, 22).
É razoável verificar na matança dos meninos uma prefiguração de Cristo. Com efeito, assim como o Faraó manda matar os meninos, na esperança de conter o avanço populacional dos israelitas, exatamente aquele menino que escapa será o libertador, porque não dizer, o salvador dos israelitas. Do memos modo que 1200 anos depois, quando o rei Herodes mandar matar todos os meninos com menos de dois anos, o Nosso Senhor será preservado, fugindo exatamente para o Egito, o mesmo Egito que quis matar os meninos 1200 anos antes, e mais tarde, o menino que é preservado da matança de Herodes, realiza a obra salvífica (Gn 1, 22 e Mt 2, 13-18).
Acerca da historicidade do Êxodo, convém lembrar que em Gênesis 1, 11 afirma-se que parte do trabalho escravo se deu na construção das cidades armazéns de Pitom e de Ramsés. A cidade da residência do Faraó Ramsés II, que era localizada no delta do Nilo, também chamada de Tânis ou Qantir, foi construída pelo Faraó Ramsés II, da XVIII dinastia, fato que leva a crer que Ramsés II, que viveu entre 1290 e 1224 a.C., era o Faraó com quem Moisés irá tratar[2].
De todo modo, essa não é uma opinião unânime, pois Teodorico Ballarini[3], em aprofundados estudos aponta a possibilidade de o Faraó com quem Moisés trata ser anterior a Ramsés II, e então seria o caso de Tutmofis III ou Amenofis II que reinaram em 1501-1447 a.C. e 1447-1420 a.C., respectivamente, ou ainda depois de Ramsés II, que seria Ramsés III que reinou em 1198-1166 a.C.
De toda sorte o período do Êxodo se situa entre 1501 e 1198.
3. O nascimento de Moisés e a fuga para Madiã
Em meio a essa situação de matança de crianças, nasce uma criança de uma família de descendentes da tribo de Levi, tendo os seus pais o escondido por três meses. A partir de então, diante da dificuldade de guardar a criança, os pais a escondem no Nilo, pondo-o em um cesto de vime, ficando a sua irmã Mirian encarregada de o vigiar e proteger (2,1-4).
Há uma controvérsia quando ao sentido do nome de Moisés. Alguns autores entendem que o termo Moisés advém do hebraico “Masâ” que significa “tirado”, porque da água ele foi tirado. Mas Brown, Fritmeyer e Murphy[4] lembram que quem dá o nome de Moisés ao menino é a filha do Faraó. Ora, em tempos de beligerância entre o governo egípcio e os escravos israelitas, não era razoável pensar que essa criança teria o home de origem israelita. Assim, o termo Moisés pode ser uma contratação de “Thutmosés”, que significa “nascido”. No mesmo sentido, Dianne e Karris[5] afirmam que o termo “Thutmosés” significa o “Rei Thut Nasceu”.
A questão do nome de Moisés não se trata de uma discussão etimológica e onomástica, mas sim de uma espécie de uma lição de Deus ao Faraó, quase uma charada. A primeira parte diz respeito ao fato de que a ideia de uma criança em um cesto de junco não era em si uma novidade, pois a lenda de Sargon, um rei sumério do século XXIV, que após o nascimento fora escondido por seu pai em um cesto de junco em um rio. Assim, o povo de Israel será libertado, não por um estrangeiro “puro”, mas por um homem de nome egípcio, cuja origem era tão popular quanto a uma lenda comum em seu tempo[6].
A criança é encontrada pela filha de Faraó, que se banhava no rio com suas criadas. Mas diante da dificuldade de cuidar da criança, a filha do Faraó precisa de uma babá, de uma pessoa que cuide daquela criança em sua primeira infância. Eis que surge ali a irmã de Moisés, Mirian, que na verdade vigiava a criança. A própria Mirian se oferece para encontrar uma babá para o menino, apresentando a sua própria mãe, que é, por óbvio a mãe de Moisés.
Por providência de Deus, Moisés é criado em sua primeira infância pela própria mãe biológica. Quando ele tem idade para ser criado no palácio, a filha de Faraó o toma, o adota e o leva consigo, chamando-o de Moisés.
O texto bíblico não menciona quando e nem como Moisés teve ciência de sua real identidade hebraica, bem como não informa se as demais pessoas da casa de Faraó sabiam que entre eles vivia um homem conhecido como “filho da filha de Faraó” que na verdade era um hebreu, cujos pares eram escravos.
De toda sorte Moisés sabendo de sua condição, uma vez adulto, fora visitar os seus irmãos. Lá ele encontrou um egípcio que feria um hebreu, Moisés então o matou, mas temendo ser descoberto, sepultou o corpo do egípcio na areia.
O ato de Moisés se torna público e o Faraó pretende agora matá-lo (2, 14-15). José então foge para a terra de Madiã, lá conhecendo Jetro, que acolhe Moisés como empregado e lhe dá a filha Séfora por esposa (2, 15b-22).
Nesses quatrocentos anos de escravidão, o povo descendente de Jacob sempre rogou a Deus por uma libertação (2, 23-25).
3.1. A vocação de Moisés
Moisés que há muito tempo fugira do Egito, estava totalmente acomodado na terra de Madiã. Não gozava mais dos bens e favores da vida no palácio, mas também não era obrigado a viver como escravo como os seus irmãos. Deus então chama Moisés para o fim de libertar o povo hebreu da escravidão egípcia e levá-lo à terra de Canaã (3, 1-6). Esse chamado se dá por meio de uma teofania na forma de um arbusto que queima, mas não se consome.
A ordem de Deus é clara, no sentido de Moisés dever se dirigir ao Faraó e ordenar a libertação do povo hebreu, para que possam servir a Deus e tornar a Canaã. Moisés reluta, mas o chamado é forte e determinante (3, 7-12).
3.2. O nome divino e a partida de Moisés para o Egito
A questão do nome divino é parte integrante da teofania e está profundamente enriquecida de saber teológico. Moisés irá diante de um monarca de um dos maiores países do mundo em seu tempo, ordenando que esse monarca liberte o seu povo que vive ali em regime de escravidão. A pergunta é óbvia: Por ordem de quem o Faraó soltaria o povo? Logo, Moisés precisava saber qual era o nome daquele que se identificava como “O Deus de Abraão, Isaac e Jacob” (2, 3).
Deus responde a Moisés se identificando com “Eu Sou!” Exatamente esse é o nome, Eu Sou, porque Deus se identifica como o Todo-poderoso, aquele que é, que sempre existiu e que existirá para sempre, sem sombra e sem variação, completo e perfeito em si mesmo, aquele que existe a partir de si mesmo e por meio do qual tudo o que existe veio a existir (3 ,13-15).
Deus então instrui a Moisés acerca de sua missão e já o adverte que ele encontrará oposição do soberano do Egito, razão pela qual haverá um conflito de grandes proporções (3, 16-20).
Moisés reluta em obedecer a Deus, reconhecendo a sua limitação e insignificância, diante do poderoso Egito. Deus então mostra-lhe sinais, como a vara que se converte em serpente, a mão sã em mão leprosa, mostrando a Moisés que a missão tem um caráter divino, logo sinais divinos o acompanharão (4, 1-9)[7].
Por fim, Moisés alega para a sua dificuldade com palavras, reluta severamente e pede que Deus escolha outro. Por fim, Deus ordena que Moisés parta e que tome Arão seu irmão como auxiliar para falar ao Faraó (4, 10-23). Enquanto isso, Deus ordena a Arão que atue ao lado de Moisés como seu auxiliar e que vá ao seu encontro (4, 27-30).
No retorno de Moisés ao Egito existe um texto enigmático, quando segundo o texto bíblico em uma hospedaria Deus aparece procurando matar Moisés. Séfora então toma uma faca e corta o prepúcio do seu filho e diz a Moisés: “Me és um esposo sanguinário” e Deus o deixou.
Esse relato enigmático deve ser interpretado do mesmo modo que se interpreta o texto da passagem de Jacob pelo vau do riacho Jaboque (Gn 32, 23-33). A expressão que Deus queria matar Moisés somente faz sentido se interpretada como uma luta espiritual, uma catarse de transformação de um homem velho em um homem novo, uma conversão. A circuncisão realizada no filho de Moisés mostra a sua adequação ao pacto que Deus fez com Abraão (Gn 17) e o protagonismo da Séfora, a esposa, mostra a participação dessa mulher, participação positiva, no episódio[8].
4. Primeira entrevista de Moisés e Faraó
Como era de se esperar, o Faraó não dá ouvidos a Moisés, não reconhecendo a autoridade do Deus de Abraão, Isaac e Jacob, e muito menos a autoridade de Moisés (5, 1-5).
Pelo contrário, o Faraó reestruturou o trabalho dos escravos hebreus, tornando-o mais pesado. Os escravos deveriam fazer uma certa quantidade de tijolos por dia, sendo que a palha que é misturada ao barro lhes era fornecida. O Faraó exige que eles providenciem a palha e mantenham a produtividade, o que torna o trabalho muito mais oneroso (5, 6-14).
Tal situação vai por óbvio gerar reclamações (5, 15-18) e agora essa dificuldade será imputada a Moisés e Arão, pois eles vieram com promessa de liberdade, mas o resultado inicial foi o agravamento da escravidão (5, 19-21).
4.1. Renovação da vocação de Moisés
Diante do endurecimento do Faraó, Deus ordena a Moisés que endureça ele também o discurso, pois a negativa do Faraó fará com que Deus venha com pragas e sinais sobre o Egito (7, 1-6).
5. As pragas do Egito
A segunda entrevista entre Moisés e o Faraó novamente se torna infrutífera. O sinal milagroso feito por Araão, que lança sua vara no chão e ela se transforma em cobra não encanta o Faraó, pois os seus magos repetem a façanha. No entanto, nem mesmo o fato de a serpente criada a partir da vara de Arão devorar as outras serpentes, criadas a partir da vara dos magos, comoveu o Faraó (7, 3-13).
A partir de então, Deus ordena a Moisés que lance sobre o Egito um conjunto de pragas, sendo que a cada praga lançada, Moisés comparece diante do Faraó e exige a libertação do povo. As pragas constituem um instrumento de persuasão contra o Faraó.
5.1. As águas transformadas em sangue
A primeira praga foi a contaminação dos rios do Egito, pois quando Moisés tocou com sua vara no Nilo, todo o rio se tornou em sangue, e os egípcios tiveram de cavar poços, porque todos os rios e fontes se tornaram em sangue. Mas como os magos de Faraó conseguiram repetir a façanha, ele endureceu o seu coração e não libertou o povo (7, 14-25).
5.2. As rãs
Por ordem de Deus, mais uma vez Moisés pede ao Faraó que liberte o povo. Diante da negativa, vem a segunda praga que é uma invasão de rãs que saem dos rios, lagos e fontes do Egito e se espalham pelas cidades e pelas casas e infestam todo o Egito (7, 26-2. 8, 1-3).
Moisés vai a Faraó e este lhe pede um dia para libertar o povo. Diante disso, Moisés pede a Deus e a praga das rãs é cessada. Mas o Faraó diante do alívio, endurece o coração e nega a saída do povo (8, 4-10).
5.3. Os mosquitos
Deus falou a Moisés que mandasse Arão ferir com sua vara o pó da terra e assim foi feito. O pó se converteu em moscas que entraram em todas as casas do Egito e nem assim o Faraó admitiu a saída do povo de Israel (8, 12-15).
5.4. As moscas
Mais uma vez Moisés foi ao Faraó e exigiu a saída do povo, sob pena de uma praga de moscas. Diante da negativa, enxames de moscas invadiram o Egito, suas casas, fazendas e em todos os lugares (8, 16-21).
Moisés volta a Faraó que promete libertar o povo para cultuar ao seu Deus. Moisés então roga a Deus e a praga das moscas cessa de uma vez, porém, diante do alívio, o Faraó nega a libertação do povo (8, 21-28).
5.5. A pestes dos animais
Mais uma vez Moisés ameaça o Faraó com uma praga que atingirá os animais dos egípcios, causando a sua morte, sem, porém, atingir o rebanho de Israel. E assim foi feito, mas o Faraó endureceu o seu coração e não deixou o povo partir (9, 1-7).
5.6. As úlceras
Deus ordenou a Moisés que lançasse as suas mãos cheias de cinzas e o pó das cinzas provou úlceras que atingiram as pessoas do Egito, sem, no entanto, atingir o povo de Israel, e ainda assim, o Faraó não permitiu a saída do povo de Israel (9, 8-12).
5.7. A chuva de pedras
Deus então mandou Moisés ir a Faraó dizendo para libertar o povo, sob pena de uma chuva de pedras e fogo sobre o Egito. Diante da negativa de Faraó, Deus fez chover sobre o Egito pedras e fogo, poupando, no entanto, a terra de Gosen onde viviam os israelitas (9, 13-26).
O Faraó então chamou Moisés e pediu clemência, admitindo que permitiria ao povo partir. Moisés então rogou a Deus e a chuva de pedras cessou, mas o Faraó, diante do alívio, mais uma vez negou ao povo a sua liberdade (9, 27-35).
5.8. Os gafanhotos
Moisés torna ao Faraó e pede a libertação do povo sob pena de uma praga de gafanhotos. Diante da negativa de Faraó, Moisés então lança a praga e enxames gigantescos de gafanhotos cobrem a terra do Egito, preservando a terra de Gósen, onde está o povo de Israel. O Faraó então pede clemência e Moisés pede a Deus que cesse a praga. Uma vez cessando a praga, mais uma vez o Faraó nega a saída do povo (10, 1-20).
5.9. As trevas
A praga seguinte foram as trevas que se abateram sobre toda a terra do Egito por três dias inteiros. O Faraó então chamou Moisés e prometeu libertar o povo caso as trevas passassem. Mas mais uma vez ele negou a saída do povo de Israel (10, 21-29).
5.10. A morte dos primogênitos
A última praga é a morte dos primogênitos, mas como essa praga acontecerá na véspera da saída do povo de Israel do Egito, e por conta dessa saída será instituída a festa da Páscoa, a aplicação da Praga da Morte dos Primogênitos acaba por ser envolvida com a Páscoa.
Por essa razão, o autor faz o anúncio da morte dos primogênitos (11, 1-9), para então passar à instituição da Páscoa (12, 1-28) e então voltar à aplicação da praga propriamente no texto de 12, 29-34).
Deus cumpriu a décima praga e no meio da noite e feriu todos os primogênitos do Egito (12, 29). O Faraó então diante do sofrimento causado pela morte dos primogênitos, inclusive o seu próprio, e determinou naquela mesma noite a saída de todos os israelitas do Egito, inclusive os seus bens e rebanhos (12, 30).
6. A Páscoa e a salvação dos primogênitos dos israelitas
Deus determina a Moisés a instituição da Páscoa, da festa dos pães ázimos e orienta o povo quanto as regras da Pascoa.
A Páscoa é instituída juntamente com a décima praga, realizando também uma alteração no calendário, marcando aquele mês como o primeiro mês do ano. O centro dessa festa é a imolação do cordeiro pascal, escolhido dentre o rebanho, com um ano de idade, sem mancha e sem defeito, separado desde o dia dez e imolado no décimo quinto dia.
O sangue do cordeiro será passado nos umbrais da casa e o cordeiro será comigo assado e o resto será queimado no fogo, também se comerão pães ázimos e ervas amargas. Naquele mesmo dia fizeram tal qual Moisés ordenou e quando o anjo passou para ferir os primogênitos, a casa cujos umbrais estavam marcados com o sangue do cordeiro pascal era poupada (12, 1-14).
7. A partida de Israel da terra do Egito
A saída do Egito foi uma epopeia gigantesca, pois o texto diz que saíram do Egito um multidão de 600.000 mil homens a pé, sem contar mulheres e crianças, com todos os seus bens, carroças, ovelhas, bois e jumentos. Comeram pães ázimos, pois não tiveram tempo para esperar a massa levedar. Encerrava-se um período de 430 anos desde a chegada da família de Jacob no Egito.
A Páscoa instituída por Deus, por meio de Moisés, é obrigatória para todo o povo de Israel no décimo quinto dia do primeiro mês do ano, que passou a ser aquele da saída do Egito. Dela deve comer todo israelita, seus escravos comprados, pois esses fazem parte do povo. O estrangeiro dela não comerá, mesmo habitando no meio do povo de Israel, a menos que aceite ser circuncidado, podendo aí comer a Páscoa (12, 43-51).
Na saída do Egito para a terra de Canaã, o caminho mais lógico seria margear o Mediterrâneo, passando pela Filistia e chegar a Canaã. Mas o texto bíblico afirma que é possível que uma resistência armada dos filisteus desestimulasse o povo, razão pela qual Deus fez Moisés tomar um caminho mais distante, o caminho do mar dos juncos, acampando perto de Etam. Esse caminho permite inferir com razoável certeza que em lugar de tomar o sentido nordeste, os israelitas tomaram o um sul-sudeste, indo para península do Sinai[9] (13, 17-18).
Moisés levou consigo um sarcófago, contendo o corpo de José, conforme ele havia pedido há mais de 430 anos (Gn 50, 24).
E o povo de Deus no deserto andava… Durante o dia uma nuvem os guiava e de noite uma coluna de fogo (13, 21-22).

[1] BROWN, Raymond E. FRITZMEYER, Joseph A. MURPHY, Roland E. Novo comentário bíblico são jerônimo antigo testamento (Tradução Celso Eronides Fernandes). São Paulo: Academia Cristã: Paulus: 2012, p. 131.
[2] BROWN, Raymond E. FRITZMEYER, Joseph A. MURPHY, Roland E. Novo comentário bíblico são jerônimo antigo testamento (Tradução Celso Eronides Fernandes). São Paulo: Academia Cristã: Paulus: 2012, p. 132.
[3] BALLARINI, Teodorico. O.F.M. Cap. (Organ.) Introdução à bíblia (Tradução Ephaim Ferreira Alves). São Paulo: Vozes, 1975, vol. II/1, p.257.
[4] BROWN, Raymond E. FRITZMEYER, Joseph A. MURPHY, Roland E. Novo comentário bíblico são jerônimo antigo testamento (Tradução Celso Eronides Fernandes). São Paulo: Academia Cristã: Paulus: 2012, p. 133.
[5] BERGANT, Dianne. KARRIS, Robert J. Comentário bíblico (tradução Barbara Theoto Lambert). São Paulo: Loyola, vol. I, p. 94.
[6] BERGANT, Dianne. KARRIS, Robert J. Comentário bíblico (tradução Barbara Theoto Lambert). São Paulo: Loyola, vol. I, p. 95.
[7] BERGANT, Dianne. KARRIS, Robert J. Comentário bíblico (tradução Barbara Theoto Lambert). São Paulo: Loyola, vol. I, p. 97.
[8] BERGANT, Dianne. KARRIS, Robert J. Comentário bíblico (tradução Barbara Theoto Lambert). São Paulo: Loyola, vol. I, p. 96.
[9] BERGANT, Dianne. KARRIS, Robert J. Comentário bíblico (tradução Barbara Theoto Lambert). São Paulo: Loyola, vol. I, p. 95.